A importância dos indicadores para a primeira infância

O uso de indicadores tem sido uma importante estratégia de trabalho para monitorar a qualidade de vida, identificar causas e efeitos de fenômenos sociais, observar a garantia de direitos e de políticas e assegurar uma gestão pública de qualidade.

Do ponto de vista da gestão municipal, dados estatísticos são necessários para orientar a tomada de decisões baseada em evidências, para que as ações tragam intervenções mais assertivas e direcionadas às prioridades do município. Ainda melhor quando esse trabalho pode ser feito em diálogo com a sociedade.

Ao constituir este observatório da primeira infância, buscamos muito mais do que fazer um trabalho de organização de dados, mas principalmente sensibilizar gestores públicos, lideranças, organizações e a sociedade em geral para aquilo que os dados revelam: como nossa cidade está cuidando de suas crianças.

Com o intuito de potencializar iniciativas que localizem oportunidades e prioridades para as crianças no município, trabalhamos com indicadores que possam ser monitorados ao longo do tempo, constituindo uma série histórica que permita identificar a evolução e melhoria nas condições de vida das crianças. Procuramos ainda utilizar, prioritariamente, indicadores que possam ser desagregados por sub-regiões, de modo que se facilite assim a identificação de territórios da cidade, serviços e equipamentos públicos que merecem especial atenção da gestão local e da sociedade para melhorar a qualidade de vida dos bebês e crianças com até 6 anos que ali vivem.

Observações sobre as bases de dados

  • A epidemiologia foi definida por Last (1)  como “o estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas, e sua aplicação na prevenção e controle dos problemas de saúde”. Desta forma, para definir e medir a ocorrência do processo saúde-doença na população esta foi agrupada por faixa etária (Menor 1 ano; 1 a 4 anos; 5 a 9 anos; 10 a 14 anos; 15 a 19 anos; 20 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69; 70 a 79 anos; 80 anos e mais e Idade ignorada).
  • Tradicionalmente, para calcular as taxas de mortalidade/morbidade para menores de cinco anos, o dado no sistema de saúde refere-se a crianças com idades entre 0 a 4 anos. Já nos indicadores selecionados para o Observatório da Primeira Infância optou-se por ampliar a faixa etária para menor de 6 anos e assim manter a coerência da análise para essa faixa etária, adotada pelo Observatório. Desta forma, as taxas encontradas no sistema público apresentam variação no valor das taxas das que são apresentados pelo Observatório pela diferença das faixas etárias selecionadas.
  • Outra divergência está relacionada com o período da coleta do dado. As bases passam por atualizações o que pode ocasionar mudanças em alguns números tanto dos Distritos quanto do total do município. São diferenças pequenas que não impactam significativamente no valor da taxa.
  • Alguns indicadores possuem dados não-territorializados, que acabam não aparecendo na divisão por regiões mas aparecem na contabilização total do município. Dessa forma, é possível que haja diferença na soma total de casos/ocorrências e no cálculo da média, para algumas variáveis. 


(1) Last JM. A dictionary of epidemiology, 4th ed. Oxford, Oxford University Press, 2001